Romance
Autor
(a): Carlos Henrique Schroeder
Editora
Record
Páginas: 112
Classificação:
4,5/5
As Fantasias Eletivas, meu contato com o livro veio da lista de livros obrigatórios da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Confesso que não tinha grandes expetativas, porém fui pega de surpresa, me encantei com a trama, autor e a forma de como aborda assuntos como: solidão, suicídio.
Carlos Henrique Schroeder, é
um dos autores brasileiros que subiram em meu conceito. É autor de romances,
contos, novelas e peças de teatro. E faz parte da literatura contemporânea.
Renê, também conhecido como
Mister Álcool (ou Ratón, chamado assim por Copi), trabalha á noite na recepção de um hotel, em
Balneário Camboriú. Tem 34 anos de idade, e de alguma forma, desperdiçou
tudo que a vida lhe deu. Divorciado e com um filho (que por motivos
desconhecidos, a ex-mulher não o deixa ver o menino), tentou se matar, e sem
muita coisa para fazer da vida, vai para Balneário Camboriú, e tenta construir
sua vida. Torna-se recepcionista de um hotel, na qual passa a maior parte do
tempo limpando um tampo de granito com álcool. Por este motivo recebe o apelido
de Mister Álcool.
Copi, é argentina, nascida na província
de Mendoza, cursou jornalismo em Buenos Aires e trabalhou em um famoso jornal.
Tentara ganhar a vida escrevendo para voltar para Mendonza, mas o que aconteceu
mesmo foi que decidiu criar coragem e se assumir como homossexual, tornou-se
trasvesti e foi se prostituir. Provavelmente por causa disso sua família tenha
a abandonado, morava sozinha em um apartamento em Balneário Camboriú. Copi
mostra em diversas vezes sofrer com a solidão. E talvez essa solidão fosse
tanta que a levou a cometer suicídio.
Em um dia, Renê estava em sua recepção,
quando entra copi, baixinha, linda, de voz forte. Um traveco. Ela deixa seu contato
para que ele passe aos clientes do hotel, caso precisem.
Copi passava todo santo dia
pela frente do hotel. Percebendo que Renê não repassava seu contato aos clientes,
resolve entrar e tirar satisfação. Perguntou por que ele chama as outras, e
nunca a chamou. Mas a reação de Renê foi de ameaça, disse que tiraria os sapatos
e jogaria nela. Mas Copi não se intimidou, no dia seguinte lá estava ela,
trazendo um vinho. Os dias passaram, e amigos se tornaram. Não por fatores sexuais,
mas por solidão que lhes era em comum.
***
Uma das temáticas mais
marcantes na obra é a solidão, que fica em evidencia na vida dos personagens e
nas fotografias tiradas por Copi e impressas no livro. A trama aponta, ainda, o
ato do suicídio cometido pelos personagens, Renê que se joga no mar, sem
sucesso, e Copi, que corta os pulsos, sendo fatal.
A trama é escrita em linguagem
culta, com algumas inserções de linguagem coloquial. O livro é dividido em 4
partes, tendo a história narrada em terceira pessoa, por um narrador onisciente.
Tendo dois capítulos escritos por Copi. O Autor Carlos Henrique Schroeder nos
apresenta uma obra que tem tudo a ver com os congestionamentos sentimentais de
nossa vida diária, e nos oferece uma obra dinâmica. Se tornando uma excelente recomendação de leitura para a semana.
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